JOÃO BALÃO

Comecei a tocar guitarra aos 9 anos, piano aos 17, baixo eléctrico aos 20 e percussão aos 26. E continuei a tocar simultaneamente todos esses instrumentos, embora tenha sido como percussionista que alcancei a minha maturidade musical. Explico o multi-instrumentalismo como uma necessidade orgânica de produzir música e olhar para a música de diferentes pontos de vista, a fim de ter uma visão global tão ampla quanto possível. Estudei na Academia de Amadores de Música de Lisboa, e na Escola de Jazz do Hot Club de Portugal. No entanto, a minha escola mais importante foi tocar todos os géneros que pude, com todos os músicos que pude. Assim, durante mais de 40 anos, toquei música tradicional portuguesa, flamenca, brasileira, marroquina, angolana, cabo-verdiana, moçambicana, balcânica, rock, jazz, pop, contemporânea e fado. Nesse longo caminho colaborei com nomes como Dulce Pontes, Fausto Bordalo Dias, João Afonso, Ivan Lins, Max Roach, Chico César, Jordi Bonell, Dafnis Prieto, Carmen Linares, Vasco Hernandez, Sara Tavares, Paulo de Carvalho, e grupos como Kyrie, El Cholo, Os Elefantes, Triando, La Rumbé, Bazar, Orkestina e Ala dos Namorados, entre muitos outros. Também trabalhei durante 10 anos como compositor e produtor musical para publicidade e criação de bandas sonoras para documentários e curtas-metragens, teatro e dança contemporânea. Em 1998, a Sonymusic Portugal contratou-me para dar corpo ao projecto Cantigas de Amigos, no qual fui responsável pelos arranjos e produção de canções tradicionais portuguesas e diretor musical de 41 pessoas, incluindo muitos nomes de sonoridade portuguesa como Luís Represas e Maria João . Depois, mudando-me para Barcelona, ​​co-produzi com Mariano Martos (baixista de flamenco de Duquende, Miguel Poveda e José Manuel Cañizares) e Valentí Adell o disco de Martos, "Un Compás Antes Que Suene El Despertador". Com este disco, Martos apresentou-me aos altos padrões da percussão flamenca.

Como resultado, passei os anos seguintes a entrar no ambiente muito exigente do flamenco em Barcelona, ​​tocando com muitos músicos, cantores e dançarinos de flamenco, aprofundando-me nas raízes do flamenco, mas também tocando com grupos como o Triando, que estão a tentar modernizar o  flamenco e misturá-lo com o jazz.

 

Toquei no Fórum das Culturas 2004, com o projecto original Triângulo do Mar, no 30º aniversário da TV3, e em muitos outros festivais espanhóis. Atuei no Royal Festival Hall de Londres com o grupo do argentino Axel Krieger, abrindo para o Macaco, e com o mesmo grupo voltei a Londres para abrir o Gotham Project no Barbican Centre.

 

Em 2011 gravei o álbum (quádruplo platina na Polónia) "Sobremesa" de Anna Maria Jopek, com quem mais tarde saí em digressão, e que me apresentou ao público polaco. Mais tarde voltei várias vezes à Polónia como artista a solo para fazer concertos (Varsóvia, Cracóvia, concerto para a Rádio Pública Polaca em Rzeszów, e um convite especial da cidade de Lublin para a Noite da Cultura, um dos eventos mais importantes da região) e também ministrar workshops originais sobre ritmos (Varsóvia, Cracóvia e Lublin)

 

Ao longo dos anos de actividade colaborei em cerca de 50 discos, e toquei em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Itália, Alemanha, Grécia, Cabo Verde, Brasil, Argentina, Polónia e Inglaterra

Também produzi ou co-produzi 10 álbuns. Ultimamente tenho trabalhado maioritariamente como compositor de peças de teatro, colaborando estreitamente com a companhia Teatro Livre.